sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sobre estar inalcançável

Foto by Juliana Cimeno | Ler ouvindo: Burberry, Remember



Eu pensei que entendia, mas o peso da informação só se fez presente agora.

O amor é nada mais que uma palavra pronunciada. Uma acusação de dor. Um anúncio de simpatia. O descarrego de responsabilidade sobre os ombros de outra pessoa.

Eu preciso de você porque não sei viver comigo mesma na escuridão, e não conheço mais ninguém que se arrisca nas sombras, apenas para ficar ao meu lado.

Você não precisa mais de mim, talvez nunca tenha precisado. Eu não sou sua única. Eu não sou mais nada.

Ela precisa de mim porque eu sei o que dizer. Porque eu o digo. E porque faz sentido.

Eu preciso dela porque você não está por perto. Porque não tem mais ninguém por perto. Porque é mais fácil.

Mas não funciona. E eu preciso de você.

Amanhã é 21. Amanhã é várias coisas. Amanhã é seu aniversário. Amanhã vem chegando devagar, se arrastando pela minha visão periférica. Se espalhando pelo ar como fumaça tóxica. Amanhã queima nos meus olhos e na minha mente e no meu peito.

Você está inalcançável porque eu te deixei inalcançável. E porque você deixou. Afinal, não há culpa unilateral. Não há mérito em uma relação destruída. Você está inalcançável.

E eu luto. Em parte para te alcançar. Em parte para te deixar mais longe.

6 comentários:

  1. E no fim, o buraco na mão de cada uma sempre vai estar lá pra lembrar que são peças únicas e diferentes, onde nenhuma outra vai se encaixar.

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  2. Longe, lugar que não existe...

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  3. Respostas
    1. Foi um texto praticamente vomitado. Depois de um tempo, começo a me irritar comigo mesma por ter publicado.

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    2. Eu sinto o mesmo sobre quase tudo que eu já fiz. Mas tem a parte boa, achar aquelas coisas que escrevi e me pergunto, de onde vieram e principalmente pra onde foram.

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