quinta-feira, 14 de junho de 2012

Sobre a fonte da vida

Imagem: Jenny Yu



-- june 2th, 2012; 8h32 pm.

Hoje eu assisti "A fonte da vida", com o Hugh Jackman. E embora Hugh Jackman já seja motivo o bastante para eu gostar de um filme, esse teve algumas outras boas surpresas.

Apesar do "elaborado" cruzamento de linhas narrativas, a história é basicamente esta: Uma mulher, casada com um neurocirurgião, está morrendo por causa de um tumor no cérebro.

Ele está trabalhando numa pesquisa para curar o tal do tumor e quanto mais a doença progride, mais agressivo ele se torna quanto ao andamento da pesquisa. Obviamente, ele almeja achar a cura antes que ela morra.

Ela, em sua jornada "aceitando a morte", escreve um livro que aborda conceitos dos maias sobre a criação. Segundo eles, o mundo foi criado a partir da morte do primeiro espírito masculino. "O pai". Ele comeu a semente da vida e o mundo eclodiu de seu abdomem.

Enfim, esse livro (o que ela escreveu) conta a história de um conquistador que é enviado pela rainha em busta da árvore da vida.

O diretor, Aronofsky, divide a história em três:

• O fim da busca do conquistador, que é mostrada antes do começo da história do próprio filme.
• A busca pela árvore
• A vida do médico e da moça que está morrendo

Ele mistura as histórias de forma que você só percebe no final que todos eles são um personagem só: a moça escreveu o conquistador à imagem de seu marido, e o homem que pensamos ser de uma terceira linha narrativa era, na verdade, o mesmo conquistador, mudado por causa de sua busca. Que é justamente o que acontece com o médico, por causa da pesquisa e da perspectiva da morte de sua mulher.

Ela morre bem quando a cura é encontrada e fode tudo, basicamente, inclusive o meu humor que estava tão ameno nesse sábado cinza.

A verdade é que a busca pela sanidade, pela felicidade, nos destrói. Ela nos corta em pedaços até que somos só metade do que conhecíamos sobre nós mesmos. Uma sombra. Uma esperança falsa.
Para chegar onde queremos precisamos quebrar nossas próprias crenças, engolir nosso orgulho e colocar fogo nas memórias que nos prendem.

E no final, o universo tem um jeito especial de nos devolver na cara o que pensávamos querer. Transformando tudo em um grande pesadelo.

Mas tudo bem, eu acho que não temos absolutamente nada melhor para fazer com o nosso tempo no mundo, de qualquer jeito.

5 comentários:

  1. Só acho que foi triste ler o spoiler HAHAH
    E quanta negatividade sobre tudo, parece eu normalmente. Acho que as coisas se fodem mesmo, sozinhas, auto destruição, algo assim. Mas a gente tira coisa daí, nem que seja tempo bom comendo algo gostoso, ou sorrindo sozinho ou acompanhado... ou mesmo chorando, que pra mim já é algo bom.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. AI QUE DOR. Eu devia ter colocado aviso de spoiler ><. Desculpa, desculpa.

      Sem dúvida. A gente tira muita coisa, inclusive das coisas negativas. O que não muda o meu pensamento contemplativo sobre o tema "o que raios estamos fazendo, afinal de contas?"

      Excluir
  2. Isso acontece. Coisas da vida... blablabla
    E mesmo usando aquela piadinha cretina: "se fosse fácil não se chamaria vida".
    Acho que é basicamente isso que você e a Pam falaram.
    O que me impressiona ver a Pam tão positiva haha

    ResponderExcluir
  3. Poucos filmes vi do Aronofsky. Esse eu não assisti, mas gostaria muito. Gosto dessa temática da vida por um fio e através de metáforas. A vida, em si, não passa de uma metáfora mesmo.
    Abraços.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Embora eu tenha contado o final do filme, eu indico ele para quem não tem muita pressa, sabe? Tem que mastigar ele com cuidado, para não se frustrar antes do final. Mas é um dos filmes mais marcantes que já assisti.

      Excluir

speak your mind