Ler ouvindo: Yellow Flicker Beat, Lorde.
Ele me falou sobre o bem e o mal, e sobre as criaturas que destroem sem nunca criar.
Naquela noite, o céu ficou quieto e escutou enquanto eu descobria coisas que não sabia. Enquanto as articulações do meu cérebro faziam ligações perigosas e impossíveis. Enquanto eu balanceava o peso da culpa e a leveza da absolvição.
Talvez o silêncio fosse o prelúdio de algo. Uma porta antiga abrindo e revelando um caminho que eu nunca ousei explorar.
Olho por através dela e vejo um corredor cheio de portas. Sei que há passarinhos soltos em salas imensas onde o sol bate sem precisar de nenhuma fresta e que o vento sopra livre, sem esperar permissão.
Sei que há salas vazias, entupidas de solição, criaturas que habitam o escuro, esperando pelo nome e forma que os trazem para a luz.
Sei que há sonhos. Estilhaços de mensagens que se juntam para formar um espelho, um riacho, um reflexo daquilo que ainda não habita a minha consciênca, mas quase.
Mas não passo pela porta hoje.
Hoje eu penso sobre o bem e o mal, sobre criaturas que destroem sem nunca criar. Sobre o meu amuleto quebrado no chão.
Sobre a morte de um guardião invisível. E a culpa de não falar sobre isso.
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